A Salicórnia é uma planta halófita que cresce em diferentes zonas de Portugal (ria e sapal), desenvolvendo-se em ambientes com elevadas concentrações de sais, o que lhe confere o paladar salgado. Esta planta é comestível e tanto pode consumir-se fresca crua, cozinhada ou seca.

Devido às suas características nutricionais é considerada uma adequada alternativa ao sal pois o teor de sódio que contêm é muito inferior ao teor de sódio do sal. O sal comum (NaCl – cloreto de sódio), que usamos habitualmente para cozinhar e temperar, tem um teor de sódio elevado (aproximadamente 40 g por 100 gr de sal) e um consumo elevado está associado a efeitos nocivos para a saúde. Assim, a quantidade máxima de sal que uma pessoa saudável deve consumir é de 5 g por dia (1 colher de chá). O teor de sódio da salicórnia é de 1,4 g por 100 gr de salicórnia, um valor muito mais baixo que o sal comum e que a torna uma excelente alternativa à utilização do mesmo.  Por este motivo, a salicórnia constitui também uma alternativa ao sal quando falamos de doentes renais crónicos uma vez que estas pessoas devem limitar a ingestão diária de sódio. De qualquer forma, é sempre importante relembrar que o seu consumo deve ser moderado, uma vez que não deixa de ser uma fonte deste mineral na nossa alimentação.

Se pretender usá-la antes de cozinhar, sugerimos adquirir a salicórnia seca/em pó. Se por outro lado, o objetivo for utilizar a salicórnia no final da preparação culinária de modo a preservar as suas propriedades nutricionais, deverá optar por salicórnia fresca. A sua utilização é simples: espalhe uniformemente sobre os alimentos a cozinhar. Pode ser utilizada tanto em estufados como noutros pratos de panela numa quantidade equivalente a 1 colher de chá por pessoa se optar pela salicórnia seca ou 1 raminho (picado) se optar por fresca. É também possível utilizar a salicórnia seca para aromatizar o azeite e usar para temperar as saladas, por exemplo!

Texto cedido por Cristina Garagarza (Nutricionista – 0067N)