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Salicórnia

A nossa salicórnia, (nome científico Salicornia  ramosissima) , é uma espécie nativa da costa portuguesa, planta suculenta com sabor salgado que nasce e cresce naturalmente em zonas de sapal, em solos salinos como as marinhas de sal da nossa ria de Aveiro.

Gostamos de a intitular como Sal Verde, uma opção saudável ao sal tradicional, tendo em conta os seus benefícios nutricionais já que contém menos sódio que o sal, mas contém outras substâncias como cálcio, ferro, potássio, fósforo, ómega3 e outros compostos que concernem à planta propriedades anti tumorais, antioxidantes, antibacterianas e anti-inflamatórias.

A salicórnia é igualmente conhecida por “espargo do mar” devido à sua configuração ramificada e pode ser consumida fresca crua ou cozinhada ou transformada em pó, como especiaria para temperar.

Do site Biorede http://www.biorede.pt/page.asp?id=933 podemos ainda consultar a informação sobre a descrição botânica:

Salicornia ramosissima J. Woods

SALICÓRNIA

Família: Chenopodiaceae

Outros Nomes Vulgares: erva-salada.

Características Gerais: Planta herbácea, anual, com 3 a 40 cm, carnuda, com unicaule articulado, direito e ramificado. As folhas são escamiformes, opostas, soldadas entre si com o caule. A inflorescência é espiciforme, articulada em que cada artículo fértil é composto por 2 glomérulos (1-) –3 floros, coalescentes com a bráctea do artículo e completamente imersos nela. As flores dispõem-se em triângulo, as laterais geralmente contactando entre si abaixo da flor central maior. Perianto com 3 peças carnudas, soldadas. Androceu com 1 ou 2 estames de anteras inclusas. Gineceu com ovário súpero e 2 estigmas. As sementes são oblongas ou ovóides, ligeiramente comprimidas, com perisperma nulo ou muito escasso.

Floração: De Maio a Novembro.

Habitat: Locais húmidos e salgados do litoral, sapais e salinas.

 

Distribuição: Todo o litoral.

Do mesmo site, http://www.biorede.pt/page.asp?id=95 segue mais informação sobre os habitats onde cresce a salicórnia:

Habitats de transição e vegetação halófita

Os habitats de transição estão localizados na zona sob influência das marés, estão sujeitos quer às condições de agitação marítima, quer a variações no teor de salinidade das águas, como acontece na foz dos rios, que podem ser do tipo estuário, delta, ria, laguna. São sistemas vulneráveis, de elevada biodiversidade e muito dinâmicos devido à influência da orla costeira e do escoamento fluvial.

Na maioria dos troços terminais dos rios portugueses, independentemente do tipo de foz, as marés têm uma amplitude considerável, sendo extensa a área que fica descoberta na baixa-mar, o que implica que animais e algas flutuantes, que não toleram períodos prolongados de emersão, procurem abrigo em zonas mais profundas do estuário, voltando a entrar durante a preia-mar. Os restantes seres vivos ficam enterrados ou em cima de lodos ou areias durante a baixa-mar.

As faixas marginais, constituídas por lodo e areias, sujeitas ao regime das marés, denominam-se sapais, e são colonizados a partir de terra firme, por vegetação halófita, vegetação com a particularidade de suportar o encharcamento do solo e a salinidade das águas.

 Muitas vezes associados aos sapais encontram-se complexos de salinas.